Razão instrumental é um conceito
reconhecido no pensamento filosófico e cientifico desenvolvido por Max Horkheimer
através do surgimento da teoria critica juntamente com Adorno. Horkheimer atuou
como diretor do instituto de pesquisa social, sendo o primeiro a formular
conceitualmente a chamada teoria critica.
O conceito de razão instrumental é
sobremaneira relevante na obra de Habermas como critica ao cientificismo e ao
positivismo, porque somente uma razão com um fim em si mesma tem por
característica a verdadeira racionalidade, sendo razões como meios para
determinados fins, uma racionalidade subordinada de certa forma alienada. Esta
racionalidade dos meios é denominada de instrumental, conforme define REPA (2008, p. 19):
A racionalidade instrumental
define-se por ser estritamente formal. Não importam os conteúdos das ideias e
dos princípios que possam ser considerados racionais, mas a forma como essas ideias
e princípios podem ser utilizados para a obtenção de um fim qualquer. Ou seja,
a racionalidade instrumental, formal caracteriza-se, antes de tudo, pela
relação entre meios e fins. Ela só diz respeito aos meios, aos critérios de
eficácia na escolha dos meios para atingir os fins, sejam eles quais forem.
Assim, no que tange as ciências, de certa
forma toda ela tem um objetivo implícito, no âmbito da manipulação ou do
interesse, caracterizando-a como uma prática instrumental, desta forma Habermas
produzirá uma critica a teoria das ciências positivas. O que nos interessa aqui
é como a sociedade moderna se comporta frente à instrumentalização da razão,
direcionada pelas mídias, pela era da informação acrítica, pelo mercado de
consumo, enfim, questões relevantes uma vez que dependendo o grau de alienação
que se estabelece ao sujeito acaba por ser tornar um mero objeto, entre tantos,
podemos destacar o trabalho, quando visto apenas como forma de produção.
Esta forma de alienação resulta em
uma colonização por um sistema que diminui o mundo da vida, esta colonização
também se verifica na esfera econômica legitimada, pois o sistema como um todo
permeia nas relações entre sujeito e objeto.
O sistema que colonializa as razões
cognoscentes, o faz por certa legitimação instrumental, ou seja, convence o ser
que atua no mundo da vida, na esfera comumente aceita como publica, oprimindo
sua vocação para uma “práxis” emancipatória.
Desta feita, alienados e ou oprimidos servem como meio prático para se alcançar
um fim, seja ele qual for, como um hedonismo capitalista, que para sua auto
preservação, dilacera a livre deliberação do sujeito. Assim, percebemos as
premissas do que Habermas chamaria de agir estratégico.
O agir comunicativo distingue-se,
portanto, do agir estratégico pelo fato de uma coordenação de ações bem sucedida
não se apoiar sobre a racionalidade orientada para fins dos planos de ação
sempre individuais, mas sobre a força racionalmente motivadora de realizações
de entendimento, ou seja, sobre uma racionalidade que se manifesta nas
condições em que um consenso pode ser alcançado de um modo comunicativo. (HABERMAS,
2004, p. 85).
Vamos tentar demonstrar como isto se dá com um exemplo
do próprio Habermas, porém tentarei simplifica-lo no intuito de uma melhor
compreensão. Suponhamos que um sujeito X, que promete doar uma pequena quantia
em dinheiro para um sujeito Y, não obstante, este se utiliza da quantia
fornecida para junto de um sujeito Z, praticar um assalto, através da compra de
uma arma, por exemplo, com a quantia fornecida. Ora, o sujeito Y se beneficiou
do agir estratégico, uma vez, que se tivesse revelado para X o verdadeiro
propósito, presume-se que este não seria condizente com tal ação. Agora se Y
tivesse revelado sua meta, haveria um consenso em deliberar para o bem ou para
o mal, este é o agir comunicativo o que se utiliza da razão para o entendimento
não como um instrumento e ou estratégia para determinado fim. Vamos abrir um
parêntese aqui para ação em si do agir comunicativo, fazendo um gancho a um
conceito Kantiano, a saber; o da “boa vontade”.
Para Kant não há nada que possa validar algo como o
bem em si. Por exemplo, a beleza não pode ser caracterizada com bem em si
porque pode ser usada para o mal, em quantas ocasiões já não presenciamos e ou
tivemos conhecimento de caso que se utilizaram da beleza para sedução de
alguém, o que dizemos do poder, pode ser caracterizado como bem em si, a
história já nos tem dado a resposta, a força, fama, o dinheiro, enfim não há
nada no mundo que caracterize o bem em si, exceto, a “boa vontade”.
Ora, Kant dirá que a boa vontade é o bem em si, uma
vez que vai em direção oposta ao desejo. Destarte, a importância do conceito de
desejo e vontade da teoria Kantiana, na teoria de Habermas, no momento o que
nos interessa é que o conceito de boa vontade é imanente ao dever, e para que
uma ação tenha efeito de entendimento mutuo a boa vontade precisa ser utilizada.
Não obstante, temos uma divergência
entre Kant e Habermas, o primeiro pensa o individuo que age pelo imperativo
categórico como capaz de decidir por si só quais são as regras morais que
qualquer um possa seguir, o segundo pensa que em uma sociedade, as regras
morais são estabelecidas dentro de uma comunidade de falantes. No entanto, fica
clara a atividade que caberá ao mundo da vida, a oscilação entre agir estratégico
e agir comunicativo, a “práxis”
instrumental e a valoração do sujeito.
REFERÊNCIAS:
REPA, Luís
Sergio, PINZANI, Alessandro. REVISTA MENTE E CEREBRO:
Fundamentos para a compreensão contemporânea da psique.
Editora Duetto, São Paulo, 2008.
PINZANI,
Alessandro. Habermas
Editora Artmed, Porto Alegre, 2009.
4 comentários:
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK NEYDE!
AMEINEY NAYDE ARRASA ANITA UUUUUUUU A RAINHA DO POPNEY DO BRASIL!!!!!!!
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